Com o advento da coleção Generation Force em agosto de 2011 (e do Starter Deck XYZ em julho é claro) o jogo recebe a nova mecânica de invocação: a XYZ (Exceed como é conhecimento popularmente) Summon, que consiste em juntar dois ou mais monstros de mesmo nível e fazer um Overlay, que é o termo técnico pra colocar um monstro em cima do outro.

Contexto histórico à parte, a era ZEXAL (que coincidentemente é o meu anime favorito da franquia) seria como a 5DS foi, mais uma era de suportes esporádicos e sem revoluções aparentes na mecânica.

Uma nova turma de Heróis

Justamente em Generation Force, o arquétipo que sempre foi a ponta-de-lança da inovação em Fusão receberia mais suportes vindo do mangá. E dessa vez, não eram só os Elemental Heroes que viriam, os novos amiguinhos do Aster e do Jaden finalmente deram as caras no TCG, dando aos jogadores os Vision e Masked Hero, respectivamente.

Os suportes começaram humildes…

Generation Force nos deu vários suportes para Hero no geral, continuando com as fusões de atributos de Heróis genéricos, como o Elemental Hero Nova Master, a fusão de fogo, e também os Vision e Masked Hero. Os Vision Hero tinham efeitos bons e precisavam apenas de quaisquer monstros Hero pra ser invocados, mas por conta do arquétipo estar em baixa, eles não viram tanto jogo. No entanto, logo no começo da nova era foi lançado o arquétipo de fusão que de certa forma mudaria o jogo no futuro: Os Gem-Knights.

Gemas? É pura emoção…

Em Hidden Arsenal 5: Steelswarm Invasion, coleção que saiu no fim de 2011, eram lançados os Gem-Knights. Arquétipo que viria pra dar continuidade a lore de Duel Terminal. Lançados inicialmente como um arquétipo de design bem parecido com os Heroes. Uma estratégia de beatdown com alguma recursão e monstros com efeitos decentes. A estratégia rodava em torno da Gem-Knight Fusion, a spell de fusão do arquétipo que podia se recuperar facilmente do cemitério, possibilitando muitas invocações em um turno, o que por si só já era algo novo na mecânica, já que até o momento as fusões eram pontuais e no máximo uma vez por turno.

Tenham calma, tá chegando…

Os Gem-Knights até veriam sucesso competitivo como deck Rogue no futuro (bem no futuro), mas no momento eles tinham apenas 3 fusões e um punhado de monstros semi-decentes de Main Deck, e a maioria deles sendo bichos amarelos (inclusive o nosso amiguinho que Garnet foi lançado aqui).

Nem os jogadores de Gem-Knight gostam de ver ele na mão

A vanguarda do fim

Pulando um pouco para março de 2012, vamos para uma aulinha de história….

Uma das Banlists mais controversas da história do jogo

Março de 2012 saiu a banlist que seria o arauto do (quase) fim do jogo. A Konami assassinou o melhor deck do formato, o Tengu Plants, que era querido pela playerbase. E não de forma que poderia ser jogado, sim de forma cruel e explícita, fazendo com que os jogadores percebessem a óbvia agenda da banlist.

Além de assassinar o Tengu Plants, a lista também nerfou bastante o deck de Agent, outro deck popular e mais acessível, justamente por vir num estrutural. E o pior de tudo para a comunidade: A Konami lançou juntamente da banlist um comunicado pseudo-explicativo sobre a banlist e os motivos das cartas serem banidas. O comunicado passou um tom de extremo desdém com os jogadores e ficou óbvio que o objetivo da banlist era fazer com que os novos decks fossem os mais jogados, em vez de decks que já existiam há algum tempo.

O maior vilão de 2012

Os jogadores ficaram extremamente insatisfeitos com o estado do jogo na época. Os decks dominantes eram o Wind-Up com sua estratégia de handloop, o Inzektor com sua estratégia de setupar um OTK extremamente consistente e frustrante de jogar contra e o Dino Rabbit que era basicamente um deck com várias floodgates, traps de defesa e dois dos melhores XYZ do formato: o Dolkka e o Laggia.

Os jogadores extremamente frustrados com o estado monótono do metagame começaram a parar de jogar. Foi uma época onde o YGO perdeu vários jogadores para o recém chegado Cardfight Vanguard, o novo card game japonês no pedaço. E muitos especulam que esse êxodo de jogadores foi o que permitiu que o Vanguard se estabelecesse momentaneamente como um card game de sucesso.

O fatídico YCS Long Beach

O herói sempre vem…

Março de 2012 também era a data em que ocorreria o YCS de número 100, um evento que seria teoricamente muito importante, marcando o centésimo do evento premier mais importante do TCG excluindo o mundial. Mas com os jogadores cansados e frustrados com o jogo, a Konami precisava fazer alguma coisa, e assim o fez.

A Konami fez o impensável e na tentativa de atrair mais gente, deu Playmats no ato de inscrição do evento. A comunidade ficou em polvorosa com a possibilidade de um playmat exclusivo e ‘’gratuito’’, então o evento foi um sucesso de presença, sendo até hoje o YCS com maior número de jogadores, exatos 4.364. Desses jogadores, apenas 3.500 receberam o playmat, pois as inscrições superaram as expectativas da Konami. Reza a lenda que tinham pessoas comprando estruturais somente para se inscrever no evento e ganhar o playmat.

O herói do evento, Joe Giorlando

Com o desenrolar do evento, o top cut foi surpreendente. Os decks mais inesperados conseguiram altas posições, e os ditos tier 1 incontestáveis não pareciam tão fortes assim num field com decks variados. O campeão do YCS 100 foi o Michael Balan de Dark World. Sim, Dark World. O deck que tinha acabado de receber suporte no estrutural conseguiu ganhar de todos os outros supostos melhores decks do formato e ganhar do Simon He (um dos jogadores mais conhecidos na época) que estava de Dino Rabbit.

O Dark World tinha uma match surpreendentemente boa contra o Rabbit, e por conta disso o Balan levou vantagem e ganhou a final de 2–0. Os outros decks do top 4 foram o Piper Chaos do Gabriel Perez, um deck que ninguém esperava que fosse topar, tampouco chegar tão longe no evento. E o Hero Beat do Joe Giorlando. Isso mesmo, Heroes conseguiram um resultado expressivo num formato que estava dado como resolvido, e muitos atribuem o sentimento de esperança da comunidade a esse top. Membros da comunidade dizem que depois desse YCS, percebeu-se que vários decks poderiam jogar e competir, e que talvez o formato não estivesse tão resolvido assim.

Lista do Hero Beat

Esse top foi o resultado mais expressivo de um deck de fusão na era ZEXAL, uma era dominada por Synchros e XYZs fortes, mas que foi salva por um herói, que apesar de não ter vindo do planeta Ping Pong (essa é pros leitores de cultura), mostrou a todos os fãs de Hero, e aos jogadores descontentes, que era possível jogar num formato dado como injogável.

Estamos quase lá….

E esse foi basicamente o último evento importante da era ZEXAL no que diz respeito a fusões. Os suportes lançados no fim da era foram mais alguns imports em promo packs, como o Masked Hero Acid (que viria a ser bem usado nos próximos anos) e o Masked Hero Dian.

O amigo dele tá chegando…

No fim da era ZEXAL também foi lançada a coleção Dragons of Legend, uma coleção secundária que lançaria algumas cartas do anime, como o The Eye of Timaeus, suporte para fusões que usam monstros Dark Magician de matéria.

Chegando ao fim, a era ZEXAL não trouxe nenhuma inovação no conceito da mecânica, e mais uma vez vimos as fusões sendo coadjuvantes num palco maior. Mas com o começo da era Arc-V, as fusões seriam novamente as estrelas do show, e dividiriam o palco com todas as mecânicas de forma igual.

Um abraço e te espero na parte 5!

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Daniel Medeiros
Daniel Medeiros

Written by Daniel Medeiros

26, entusiasta de card games, estudante de administração e apreciador de conhecimentos inúteis

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