Primeiros Duelos e o Dark Hole de PS1 — Causos do YGO Mossoroense #1

Daniel Medeiros
4 min readNov 23, 2020

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Foto da primeira vez que joguei YGO na comunidade local

A pedido da comunidade (e porque tive vontade mesmo xD), resolvi contar algumas histórias do meu tempo jogando YGO aqui na minha cidade (Mossoró-RN), tenho quase 6 anos de jogo e uma quantidade considerável de histórias e causos pra contar, anyway, vamos começar.

O começo de um (vício) Hobby

No começo de 2015, eu nem sonhava em jogar cardgames físicos, já tinha jogado um pouco de Hearthstone, mas nada demais também, nunca mostrei interesse nos jogos, afinal não conhecia ninguém que jogasse, naquela época eu estava bem interessado em jogar LoL (o famoso League of Legends), e até então minha experiência com YGO era igual a de muitos jovens no Brasil, apenas o anime que passou na TV Globinho, e o jogo Yugioh Forbidden Memories de PS1, até um fatídico dia que minha vida mudaria.

Não lembro exatamente o dia, mas sei que foi em março de 2015, um amigo meu do ensino médio, antes do treino de Handebol, me chamou pra jogar uns duelos com ele, como eu não tinha nada melhor pra fazer na hora, pensei ‘’Por que não?’’, ele tinha dois decks estruturais, um Kaiba Reloaded (o que eu joguei), e um Yugi Reloaded, e então começamos a jogar, nas primeiras duas partidas eu nem sabia o que estava fazendo direito, só via ele baixando as cartas e acenando com a cabeça, enquanto me questionava e perguntava o que cada carta fazia, que ele explicava.

E a tarde foi passando, e a gente continuou jogando, e mesmo sem entender nada direito, adorei tudo que tava acontecendo, a maneira como as cartas sentiam nas minhas mãos, o fato de precisar pensar na próxima ação, de imaginar quais cartas ele poderia ter viradas pra baixo, meu amigo disse no dia que desde o momento que segurei a minha primeira mão inicial, eu não parava de sorrir, acho que meu corpo já sabia que eu ia adorar tudo sobre card games.

Depois dali eu perguntei pra o meu amigo onde ele tinha comprado esses decks, e se tinha gente na nossa cidade que jogava, e que ele me respondeu que havia uma galera que se reunia todo domingo pra jogar na praça de alimentação de um supermercado, e que tinha um cara que organizava tudo e que vendia cartas, assim que cheguei em casa pedi dinheiro pra minha mãe pra comprar cartas, 120 reais, dinheiro que eu considerava muito, ainda mais pra comprar algumas cartas, e como eu não pedia muita coisa pra ela, ela me deu, com esse dinheiro conversei com o cara que organizava tudo, que por coincidência do destino dava aula na mesma escola que eu estudava, e comprei um deck Lightsworn (montado com os restos dos 3 estruturais, não tinha Raiden, não tinha Solar Recharge xD), um pacote de shields Ultra Pro azuis, e uma Deckbox (que tenho até hoje inclusive), e dali saí feliz, lendo minhas novas cartas, sem a mínima ideia do que elas faziam, me perguntando porque que tinham tantos efeitos de mandar carta pro cemitério, mas feliz e ansioso para testar meu deck contra oponentes reais.

No domingo seguinte à minha compra, me desloquei para o tal supermercado, 15h, no horário marcado, e ao chegar lá, vi uma miríade de pessoas diferentes, na minha cabeça só iam ter nerdões magrelos assim como eu, mas tinha de tudo, pai de família, esposa, criança, adulto, adolescente, empresário, e para minha surpresa, todo mundo muito receptivo, muito gente boa.

Me sento pra jogar meu primeiro duelo, e pra o meu azar (nem tanto azar assim), jogo com o cara mais experiente e com a maior coleção dali, meu querido amigo Jean, jogador de Blackwing, e ele fazendo várias invocações, adicionando cartas, e eu parecendo a Nazaré fazendo cálculos, e logo em seguida ele me mata, e eu ainda sem entender nada.

Literalmente eu vendo Jean jogar

No Game 2 dessa partida incrível, eu faço um campo meia boca, consigo fazer 2 Wulfs com a millada da Lyla (grandes plays de 2015), e passo com 2 cartas viradas pra baixo, no turno dele, ele dá um Buraco Negro, e minha incrível experiência no YGO de PS1 me faz recolher todas minhas cartas (incluindo as cartas viradas pra baixo), e jogar no cemitério, e nesse momento, uma risada coletiva de todos assistindo a partida se instaurou, e um cara me fala no momento: ‘’Meu filho, isso não é o yugioh de play 1 não kkkkkkk, dark hole mata só os bichos mesmo, aiai kkkkk’’, senti muita vergonha naquele momento, mas ao mesmo tempo fiquei feliz, nunca tinha estado num ambiente com aquela camaradagem, me senti em casa junto daquele monte de gente diferente.

Foto do duelo (infelizmente o momento do Dark hole não tenho em foto)

Por hoje foi só isso, acho que vou fazer mais disso, seja por vídeo ou pelo Medium mesmo, um abraço pra galera da Cardfight, todos meus amigos que jogo até hoje, e pra você que leu até aqui.

Valeu!

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Daniel Medeiros
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Written by Daniel Medeiros

26, entusiasta de card games, estudante de administração e apreciador de conhecimentos inúteis

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