Review saga Revelations— Encontrando ouro no fundo do mar

Daniel Medeiros
5 min readOct 6, 2018

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A saga Revelations é uma das que menos recebe atenção e amor dos fãs de Resident Evil, tendo um número baixo de gameplays de qualidade no Youtube, e ainda um número menor de pessoas jogando ao vivo em sites de streaming, o que é meio triste, sendo que é uma das sagas mais subestimadas da franquia. Todos conhecem os momentos icônicos do RE 4, como Leon fugindo da ilha de Jet-Ski (o jogo tem 14 anos, acho que já prescreveu o spoiler), do RE 1 como os cachorros pulando da janela e dando um dos jump-scares mais conhecidos da história dos games. Esse review serve como um apelo para que vocês, fãs, ou apenas entusiastas da franquia, deem chance a essa saga maravilhosa.

Capa do primeiro jogo da saga

História principal

Começando do começo (duh), o Revelations , se passa entre os eventos do RE 4 e o RE 5 (e um pouco antes dos eventos do Lost in Nightmares) , e encaixa 4 personagens na trama, Jill, queridinha de muitos, agora agente da BSAA, Chris, nosso bombado favorito socador de pedras, e 2 novos personagens, Parker, um ex-agente da FBC (Federal Bioterrorism Comission), e a Jessica, a nova parceira do Chris. Um ano antes dos eventos do jogo em si, a cidade Terragrigia, um modelo de utopia ambiental , foi atacada por um grupo bioterrorista chamado Veltro, e na cidade, estavam Parker e Jessica, que lutaram para combater os avanços do grupo, mas as B.O.Ws (Bio Organic Weapons), já haviam tomado conta da cidade, então a única escolha foi o governo ativar a matriz de energia solar da cidade, e explodir tudo, após a evacuação dos agentes.

Cidade de Terragrigia após a destruição
Jill e Parker
Chris e Jessica

Com isso esclarecido, partindo para a história principal, Jill e Parker são mandados pra um navio no meio do Mar Mediterraneo, a Queen Zenobia, para investigar uma pista sobre a possível volta da organização bioterrorista Veltro, enquanto Chris e Jessica estão na base de operações da Veltro, no meio da Finlândia, quando Jill e Parker chegam no navio, as comunicações falham, e eles são dados como desaparecidos, deixando para Chris e Jessica achá-los e completar a missão.

O navio Queen Zenobia

Gameplay

O gameplay é em terceira pessoa, com a câmera por cima do ombro, no mesmo estilo do Resident Evil 4, que popularizou esse estilo de câmera. Por ser um port do 3DS , a movimentação parece meio travada e lenta, assim como a sensibilidade da mira, mas isso apenas adiciona para a dificuldade do jogo. O ambiente claustrofóbico de um navio não foi escolhido à toa, dando uma sensação de não poder escapar,e de que há um perigo à espreita em todo corredor, deixando a experiência de survival horror bem interessante. O jogo possui várias referências à obra de Dante Alighieri, “A divina comédia”, dando uma enriquecida na trama principal. O jogo também possui alguns elementos de ação, e algumas partes onde há hordas de inimigos, mas a maioria do gameplay se mantém fiel ao survival horror, lhe dando poucas balas e pouca cura, e muito mais monstros do que você pode matar, lhe forçando a escolha de bater ou correr.

O ambiente claustrofóbico do navio forma uma excelente atmosfera de tensão

Pontos fortes

Clima de terror: A ambientação do navio realmente vira tempero pra a experiência, incontáveis vezes que fui surpreendido por inimigos saindo do nada e rendendo bons jump-scares.

Poucos recursos: O jogo lhe dá somente o necessário à partir da dificuldade normal, lhe forçando a tomar decisões importantes sobre os inimigos, quanto mais longe você progride na trama, mais vai ter que gastar seus recursos.

Enemy design : Os monstros desse jogo são todos muito bons, e lhe passam um sentimento de desespero em todos os momentos, até quando se está no fim do jogo e conhece a movimentação e os truques pra derrotar cada um, um passo errado e você está morto. Os bosses são bem padrão RE 4, e dão um bom trabalho pra matar.

Até os primeiros inimigos dão trabalho no fim do jogo

Pontos Fracos

Movimentação: A movimentação e a mira são bem travadas, resultados do port do 3DS, que as vezes faz você morrer e errar alguns tiros.

Falta de puzzles marcantes: Os puzzles sempre foram uma parte importante da franquia, que conquistou muitos fãs, senti que a falta deles impediu o jogo de ser ainda melhor.

Conclusão

No geral, o Revelations é uma mistura dos elementos de ação do RE 4, com o gameplay survival horror dos 3 primeiros, e com alguns ajustes poderia ser um dos melhores da franquia disparado, mas mesmo assim, é um jogo surpreendente e muito subestimado, que garante muitas horas de diversão e uma experiência verdadeira de Survival Horror.
Pra galera que curte mais ação, o jogo tem o Raid Mode, um modo similar ao conhecido Mercenaries, onde você atira em muitos BOWs e ganha pontos pra liberar extras.

Raid Mode do jogo, uma excelente pedida pra quem gosta de dar uns tiros em B.O.Ws

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Daniel Medeiros
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Written by Daniel Medeiros

26, entusiasta de card games, estudante de administração e apreciador de conhecimentos inúteis

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